Um encontro a dois

O encontro estava marcado para as 20:30h, no apartamento dele. Como tudo foi combinado um dia antes, ela estava naquela correria. Às seis da manhã já de pé, com a pinça devorando as sobrancelhas, os pés dentro d’água morna para uma lixadinha básica e a gilete a postos para a depilação de última hora nas axilas.

Ele acordou as sete, como todos os dias, se arrumou e foi trabalhar. Por volta de meio-dia é que lembrou que o jantar seria em sua casa, e que apesar de ter dado uma de cozinheiro, mal sabia fritar um ovo. Tratou de dar uma pesquisada com as colegas de serviço sobre um bom restaurante onde comprar comida pra viagem.

Enquanto isso, ao meio-dia, ela estava correndo e esticando sua uma hora e meia entre almoço, passadinha na Giulia Taffner para comprar uma lingerie nova (prevenir é o melhor remédio) e uma depilação no salão mais próximo.

A tarde passou voando para ela, e normalmente para ele. E foi somente quando estava saindo do emprego que ele lembrou-se de que precisava passar no tal restaurante.

Ela saiu do trabalho para casa como um raio, arrastando uma amiga para que a ajudasse a escolher a roupa. Tomou banho, lavou os cabelos, secou-os, pintou as unhas, escolheu um perfume, maquiou-se, vestiu-se, colocou os acessórios, escolheu bolsa e sapatos. Não necessariamente nessa ordem. E a amiga de assistente/comentarista.

Ele chegou em casa com a comida, guardou tudo no forno. Tomou banho, vestiu-se. Arrumou a comida em recipientes adequados, como se tivesse cozinhado tudo ali, deu uma ajeitada na mesa. Lembrou-se de que o resto da casa estava uma bagunça. Apanhou tudo o que parecia estar fora do lugar... E atirou no armário debaixo da escada. Tudo pronto. 20:30h. Ela chegou às 21h.

Ele: Nossa, como você está bonita.
Ela: Ah, o que é isso! Nem me arrumei direito...